Marginália Federal – Luvas – Resolução ANVISA RDC 55, de 04.11.11
DIRETORIA COLEGIADA
RESOLUÇÃO – RDC No- 55, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2011
Estabelece os requisitos mínimos de identidade
e qualidade para as luvas cirúrgicas
e luvas para procedimentos não cirúrgicos
de borracha natural, de borracha sintética,
de mistura de borrachas natural e sintética e
de policloreto de vinila, sob regime de vigilância
sanitária.
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11
do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de
1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art.
54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria
nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de
21 de agosto de 2006, em reunião realizada 1 de novembro de
2011,
adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu,
Diretor-Presidente, determino a sua publicação:
Art. 1º Fica aprovada a presente Resolução que estabelece os
requisitos mínimos de identidade e qualidade para as luvas cirúrgicas
e luvas para procedimentos não cirúrgicos de borracha natural, de
borracha sintética, de mistura de borrachas natural e sintética e de
policloreto de vinila sob regime de vigilância sanitária.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
Seção I
Objetivo e Abrangência
Art. 2º Esta Resolução estabelece os requisitos mínimos de
identidade e qualidade para as luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética,
de mistura de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila
sob regime de vigilância sanitária, com a finalidade de garantir um
produto seguro e eficaz quanto à finalidade a que se propõe.
Seção II
Definições
Art. 3º Para efeito deste Regulamento são adotadas as seguintes
definições:
I. Borracha Natural ou Borracha de Látex Natural: produto
resultante da transformação do látex por meio de coagulação, outros
processos e secagem, acrescidos de outros ingredientes.
II. Borracha Sintética: produto sintetizado a partir de substâncias
químicas e ingredientes, com características semelhantes à
borracha de latex natural.
III. Esterilização: processo físico ou químico que elimina
todas as formas de vida microbiana, incluindo os esporos bacterianos.
IV. Luva Cirúrgica: produto feito de borracha natural, de
borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética, e de
policloreto de vinila, de uso único, de formato anatômico, com bainha
ou outro dispositivo capaz de assegurar um ajuste ao braço do usuário(
a), para utilização em cirurgias.
V. Luva para Procedimentos Não Cirúrgicos: produto feito de
borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural
e sintética, e de policloreto de vinila, de uso único, para utilização
em procedimentos não cirúrgicos para assistência à saúde.
VI. Látex de Borracha Natural: produto leitoso, de composição
conhecida, extraído da casca do tronco da árvore da seringueira
– Hevea brasiliensis
Seção III
Da Classificação
Art. 4º As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos não
cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de
borracha natural e sintética e de policloreto de vinila são classificadas:
I – quanto à matéria-prima:
a) Tipo 1: de borracha natural;
b) Tipo 2: de borracha(s) sintética(s), ou mistura de borrachas
natural e sintética(s);
c) Tipo 3: de policloreto de vinila.
II – quanto à superfície:
a) texturizadas e antiderrapantes, em partes ou totalmente;
b) lisas.
III – quanto ao formato:
a) Luvas cirúrgicas: com formato anatômico, no qual o polegar
está posicionado na direção da superfície da palma e do dedo
indicador, podendo ser reto ou curvo na direção da palma.
b) Luvas para procedimentos não cirúrgicos: no formato de
uma palma da mão aberta (ambidestra) ou no formato anatômico.
IV – quanto à esterilização: estéreis ou não estéreis.
V – quanto ao uso de pó ou outro lubrificante: com pó ou
isenta de pó.
§ 1º As luvas de borracha(s) sintética(s) e de policloreto de
vinila devem ser isentas de borracha natural.
§ 2º Todos os tipos de luvas devem identificar a utilização de
lubrificante diverso do pó.
Seção IV
Da Designação
Art. 5º A designação das luvas deve ser: “LUVA CIRÚRGICA”
ou “LUVA PARA PROCEDIMENTO NÃO CIRÚRGICO”,
seguida das expressões correspondentes às classificações do art. 4º.
Seção V
Da Certificação de Conformidade
Art. 6° Além dos requisitos previstos nesta Resolução, as
luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos não cirúrgicos de borracha
natural e de mistura de borrachas natural e sintética devem
atender também aos requisitos de certificação de conformidade no
âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
(SBAC).
§ 1º Os fabricantes nacionais e os importadores podem optar
pelo modelo de certificação com avaliação do sistema e ensaios no
produto ou pelo modelo de avaliação lote a lote.
§ 2º As empresas devem apresentar, no momento da solicitação
do cadastramento e da sua revalidação cópia válida do atestado
de conformidade ou de liberação do lote para cada modelo,
observando a escolha feita no § 1º deste artigo.
Art. 7º Os requisitos de certificação de conformidade no
âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC)
não são aplicáveis às luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos não
cirúrgicos de borracha sintética e de policloreto de vinila.
Parágrafo único. As luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha sintética e de policloreto de
vinila devem apresentar no momento da solicitação do cadastramento
e da sua revalidação Declaração, assinada pelos responsáveis legal e
técnico da empresa solicitante, de que a empresa cumpre os requisitos
de desempenho estabelecidos no Art. 15 desta Resolução.
CAPÍTULO II
DO REGULAMENTO TÉCNICO
Seção I
Princípios Gerais
Art. 8º Os fabricantes de luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética,
de mistura de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila
devem cumprir as Boas Práticas de Fabricação.
Art. 9º A utilização das luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética,
de mistura de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila
não deve trazer risco ao usuário e ao paciente.
Art. 10 As luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos não
cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura de
borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila devem:
I – estar isentas de contaminantes que possam causar riscos à
saúde humana;
II – ser avaliadas previamente quanto à segurança para uso
em contato com a pele humana;
III – usar somente os aditivos ou substâncias com a função
de aromatizar ou colorir permitidos pela Farmacopéia Brasileira ou
outra referência internacional equivalente.
Art. 11 As luvas contendo borracha de látex natural devem
ser submetidas a operações e processamentos que garantam a redução
do conteúdo de proteínas.
Art.12 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos não
cirúrgicos de borracha natural, borracha sintética, de misturas de
borracha natural e sintética e de policloreto de vinila devem atender
ao disposto nas referências normativas nacionais e internacionais aplicáveis,
constantes do Anexo da presente Resolução.
Art. 13 A industrialização, o processamento e o manuseio
das luvas cirúrgicas e luvas para procedimentos não cirúrgicos de
borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural
e sintética e de policloreto de vinila devem atender à legislação
vigente de Boas Práticas de Fabricação e Controle.
Seção II
Requisitos Mínimos
Art. 14 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de misturas
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila devem ser
identificadas por tamanho de acordo com o estabelecido nas normas
de referência constantes do Anexo da presente Resolução.
Art. 15 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, borracha sintética ou de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila devem
atender ao disposto nas normas de referência constantes do Anexo da
presente Resolução no que concerne aos seguintes requisitos de desempenho:
I – ensaios de dimensões físicas (comprimento, largura e
espessura);
II – ensaios mecânicos: força na ruptura e alongamento (antes
e após envelhecimento em estufa);
III – ensaios de impermeabilidade; e
IV – ensaios microbiológicos.
Seção III
Embalagem e Rotulagem
Art. 16 A rotulagem das embalagens de luvas cirúrgicas e de
luvas para procedimentos não cirúrgicos de borracha natural, de borracha
sintética, de mistura de borrachas natural e sintética e de policloreto
de vinila deve:
I – atender ao disposto na Resolução RDC nº 185/2011, que
“trata do Registro Alteração, Revalidação e Cancelamento do Registro
de Produtos Médicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
– ANVISA” e suas atualizações;
II – apresentar no rótulo, em destaque e legível, a seguinte
expressão: “PROIBIDO REPROCESSAR”;
III – identificar no rótulo o tamanho das luvas e demais
características conforme estabelecido no art. 5º desta Resolução.
Art. 17 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila que contenham
borracha de látex natural em qualquer proporção devem apresentar
no rótulo, em destaque e legível, a seguinte advertência: “ESTE
PRODUTO CONTÉM LATEX DE BORRACHA NATURAL,
SEU USO PODE CAUSAR REAÇÕES ALÉRGICAS EM PESSOAS
SENSÍVEIS AO LATEX”.
Art. 18 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila, não esterilizadas,
quando indicadas para esterilização antes do uso, devem
trazer, no rótulo, a informação do(s) método(s) de esterilização indicado
(s) pelo fabricante.
Art. 19 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila, que são
apresentadas na forma estéril devem ser acondicionadas em embalagem
primária contendo um par e devem indicar no rótulo/embalagem
a informação de mão esquerda e mão direita.
Seção IV
Amostragem
Art. 20 Os Planos de Amostragem, os Níveis de Inspeção e
os Níveis de Qualidade Aceitáveis aplicáveis aos produtos desta Resolução
devem ser aqueles especificados em Regulamento de Avaliação
da Conformidade, editado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO.
Parágrafo único. No caso do(s) lote(s) estar (em) sob suspeita
ou haver denúncias de irregularidades, a ANVISA poderá exigir
níveis mais rigorosos de inspeção.
Seção V
Acondicionamento e Armazenamento
Art. 21 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila devem ser
acondicionadas em embalagens que permitam proteger o produto e
manter sua integridade desde a fabricação até o seu uso.
Art. 22 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila devem ser
armazenadas e transportadas em condições que evitem a possibilidade
de afetar sua integridade, especialmente em face do calor, umidade e
luz.
Art. 23 As luvas cirúrgicas e as luvas para procedimentos
não cirúrgicos de borracha natural, de borracha sintética, de mistura
de borrachas natural e sintética e de policloreto de vinila apresentadas
na forma estéril, devem ser acondicionadas em embalagens primárias
contendo um par, dispostas de forma a permitir a abertura da embalagem
com mínimo manuseio.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 24 As empresas têm um prazo de 180 (cento e oitenta
dias) para se adequarem ao estabelecido nesta Resolução.
Parágrafo único. Os produtos fabricados antes da entrada em
vigor desta Resolução e durante o prazo de adequação fixado no
caput podem ser comercializados e utilizados até a sua data de validade.
Art. 25 Fica revogada a Resolução RDC nº 5, de 15 de
fevereiro de 2008, após decorrido o prazo de adequação estabelecido
no artigo anterior.
Art. 26 O descumprimento aos termos desta Resolução constitui
infração sanitária sujeitando os infratores às penalidades previstas
na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições
aplicáveis.
Art.27 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
DIRCEU BRÁS APARECIDO BARBANO
ANEXO
1. REFERÊNCIAS:
1.1 BRASIL, Lei nº, 8,078, de 11 de setembro de 1990,
Código de Defesa do Consumidor, Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 12 set, 1990, Suplemento.
1.2 BRASIL, Portaria Interministerial MS/MDIC Nº 692, de
8 de abril de 2009, que define a operacionalização das ações de
cooperação técnica para a Garantia da Qualidade e Segurança de
Dispositivos Médicos submetidos ao regime de controle sanitário,
conforme o estabelecido no Termo de Cooperação Técnica entre o
Ministério da Saúde (MS) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC).
1.3 BRASIL, Resolução ANVISA RDC nº, 56 de 06 de abril
de 2001, Regulamento Técnico que estabelece os requisitos essenciais
de segurança e eficácia aplicáveis aos produtos para saúde, referidos
no anexo desta Resolução, Diário Oficial da União, Brasília, DF,
Poder Executivo, de 10 de abril de 2001.
1.4 BRASIL, Resolução ANVISA RDC nº, 185 de 22 de
outubro de 2001, Regulamento Técnico que trata do Registro, Alteração,
Revalidação e Cancelamento do Registro de Produtos Médicos
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Diário
Oficial da União, Brasília, DF, Poder Executivo, de 06 de novembro
de 2001.
1.5 BRASIL, Resolução ANVISA RDC n° 156, de 11 DE
agosto de 2006, Dispõe sobre o registro, rotulagem e processamento
de produtos médicos, e dá outras providências.
1.6 BRASIL, Resolução ANVISA RDC nº, 207 de 17 de
novembro de 2006, Altera a Resolução ANVISA RDC 185, que trata
do Registro, Alteração, Revalidação e Cancelamento do Registro de
Produtos Médicos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA, Diário Oficial da União, Brasília, DF, Poder Executivo, de
06 de novembro de 2001.
1.7 BRASIL, Resolução ANVISA RDC n°, 59 de 27 de
junho de 2000, Regulamento Técnico que determina a todos fornecedores
de produtos médicos, o cumprimento dos requisitos estabelecidos
pelas “Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos”,
Diário Oficial da União, Brasília, DF Poder Executivo, de 29 de
junho de 2000.
1.8 BRASIL, Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, NBR ISO n°, 11193-1:2009, que a aprova a Norma Brasileira
para, Luvas para exame médico de uso único, Parte 1: Especificação
para luvas produzidas de látex de borracha ou solução de borracha.
1.9 INTERNATIONAL STANDARZATION ORGANIZATION
– ISO 10282:2005(E) Single sterile rubber surgical gloves –
Specification, 2002, Corregenda técnica 2005.
1.10 INTERNATIONAL STANDARZATION ORGANIZATION
– ISO 11193-2:2006(E) Single-use medical examination gloves
– Part 2: Specification for gloves made from poly(vinyl chloride).
1.11 INTERNATIONAL STANDARZATION ORGANIZATION
– ISO 37:2008 Rubber, vulcanize or thermoplastic – Determination
of tensile stress-strain properties, 2005, Corregenda técnica.
1.12 Norma Regulamentadora 6 – NR-6 Equipamento de
Proteção Individual – EPI, aprovada pela Portaria nº 3,214, de 08 de
junho de 1978.
1.13 European Commission, Health & Consumer Protection
Directorate-General, Scientific Committee on Medical Products and
Medical Devices,Opinion on Natural rubber latex; 27 de junho de
2000.
1.14 BRASIL, Portaria MTE nº 121, de 30 de setembro de
2009, Estabelece as normas técnicas de ensaios e os requisitos obrigatórios
aplicáveis aos Equipamentos de Proteção Individual – EPI
enquadrados no Anexo I da NR-6. DOU de 02/10/09 – Seção 1; p. 80
a 82.
DOU 07.11.11
Deixe um comentário